Base de dados e LGPD: Como empresas de tecnologia em Saúde podem se adequar e se beneficiar das diretrizes

Artigo trata do case da hCentrix, empresa de Serviços de Tecnologia de Saúde que não apenas se adaptou às diretrizes, como criou uma política interna própria para fortalecer a base de dados, blindar a coleta e o armazenamento e reforçar a segurança da informação.

A LGPD, Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, voltou a ser assunto em todo o mundo com o término para adequações, findado em 2020. Promulgada em Agosto de 2018, a Lei de nº 13.709 dispõe sobre a coleta, tratamento e armazenamento de dados pessoais, tanto em ambientes e espaços físicos quanto nos meios digitais. 

O objetivo da LGPD é garantir mais segurança e proteção dos direitos fundamentais de liberdade e privacidade do cidadão, além de impedir o uso indevido desses dados. Com isso, todos os negócios precisaram reforçar a segurança dos dados e adotar medidas de uso mais transparentes e mais coerentes.

Como a LGPD impactou as empresas de tecnologia em saúde?

Da mesma forma que impactou todos os outros mercados, a tecnologia em saúde também foi fortemente impactada e precisou se adequar. No meio digital, principalmente, o uso de dados é essencial para alimentar algoritmos e permitir o direcionamento estratégico, assim como a padronização por grupos, ou seja, a mineração de dados. E, se o algoritmo trabalha com dados e precisa deles para personalizar o direcionamento das comunicações, como fazê-lo sem ferir as diretrizes da LGPD e correr o risco de ser penalizado?

Na teoria essa resposta é simples: basta não ferir nenhuma das diretrizes da lei. Na prática, contudo, as adequações podem exigir grandes transformações e, até mesmo, a criação de novos padrões e novas políticas de segurança da informação. Se por um lado, a Lei prevê mais privacidade e proteção para os usuários, por outro, adequar-se à LGPD pode ser muito bom para o fortalecimento dos processos e o desenvolvimento de uma cultura interna de segurança de dados baseada em políticas sólidas e asseguradas. É que o fez a hCentrix, empresa de Solução em Saúde que não apenas se adaptou às diretrizes, como criou uma política interna própria para fortalecer a base dados, blindar a coleta e o armazenamento de dados e reforçou a segurança da informação.

A hCentrix criou um Manual de Boas Práticas exclusivo para a LGPD, levando em consideração a aplicação das normas e questões práticas da Lei visando a proteção de dados pessoais de clientes e seus beneficiários, seguindo as melhores práticas já aplicadas em diversos países. Um documento interno elaborado a partir de pesquisas e análises sólidas em protocolos já preconizados entre os mais robustos, criteriosos e seguros do mundo.

Continue lendo esse artigo para saber mais sobre esse projeto e, se você precisa de Soluções de automação e Gestão de Saúde Populacional para sua empresa, conte com uma empresa que já está em pleno acordo às diretrizes da LGPD. Clique aqui e fale com um consultor da hCentrix.

Big data, Internet das Coisas, SGSIs e segurança da informação

A preocupação com o uso de dados na saúde é ainda maior que em outras áreas, visto que nesse ambiente os dados coletados e armazenados são de cunho íntimo e muito particular, os chamados dados sensíveis e ultrassensíveis. Não à toa, os dados de saúde são considerados de extrema confidencialidade e são regulados por rígidos protocolos aos quais os profissionais da área já se familiarizam desde a formação.

Contudo, há uma questão intrínseca no centro dessa discussão: quanto maior a introdução do big data na vida das pessoas e, consequentemente, em suas rotinas de saúde e bem-estar, maior a aproximação entre as ferramentas de mensuração de dados e o fornecimento deles. O mesmo acontece com o desenvolvimento da Internet das Coisas (IoT), característico dessa nova era da informação que é parceiro do big data para a apuração de dados e entrega de soluções, ainda que básicas e padronizadas, para o usuário. Em termos práticos, estamos falando sobre: Como seu smartwatch, que já é o responsável por contar os seus passos, vai te sugerir se movimentar um pouco mais, ou quem sabe te lembrar de tomar o remédio para a hipertensão, se ele não puder armazenar essa informação?

De forma sucinta, considera-se Sistemas de Gestão de Segurança da Informação (SGSI) sistemas corporativos que incluem os processos organizacionais ou parte deles, cuja meta é a proteção das informações da instituição dentro dos critérios de confidencialidade, integridade e disponibilidade (CID) da organização.

Em resumo, pode-se dizer que o SGSI são os planos, estratégias, políticas, medidas e controles desenvolvidos em prol da segurança da informação, de modo que este sistema tem como objetivo a implementação, monitoração, análise, manutenção e otimização da segurança da instituição. O SGSI tem a meta de tornar o risco em gestão da informação o menor possível, haja visto que tornar este risco igual a zero não é possível. Ao mesmo tempo, é preciso entender que um SGSI envolve máquinas e pessoas. Portanto, de nada adianta adotar um software ultra moderno e completo para cuidar da segurança da informação de seu hospital, se as pessoas que manuseiam tal sistema não estão introduzidas em uma cultura em prol da segurança da informação. Da mesma forma, é necessário dizer que certas situações ainda devem ser avaliadas sob a perspectiva da subjetividade humana, para que a melhor decisão seja tomada diante de situações reais.

Diferenciais da política da hCentrix para a proteção de dados e adequações à LGPD

A hCentrix, como uma empresa de Serviços de Tecnologia de Saúde, trabalha com dados cadastrais e de utilização clínica de beneficiários disponibilizados por operadoras de saúde, assim como os dados dos prestadores de serviço da área.

Sendo assim, toda a interação, coleta e devolutiva de dados é feita via cliente, que detém e opera esses dados. A hCentrix não coleta os dados de beneficiário diretamente e não os retém para nenhuma outra ação, senão as estratégias de gestão mediadas pela própria operadora contratante. Todos os dados são tratados internamente e seu uso está restrito aos objetivos do contrato e ao contratante, inclusive, em algumas soluções trabalhamos com dados anonimizados. Em termos práticos, apenas a empresa ou operadora de saúde a quem pertence a base de dados, tem acesso aos resultados gerados nas plataformas.

O processamento e armazenamento dos dados, conforme permite a legislação, podem ser feitos em data-centers da AWS, sistema da Amazon já consolidado como um dos maios confiáveis e seguros do mundo. A hCentrix opera nesse sistema, contudo os dados podem ser centralizados no Brasil, assim como suas propriedades criptografadas, se o cliente- controlador dos dados assim desejar. Essa possibilidade envolve novos custos, contudo está disponível ao contratante e pode ser desempenhada.

Para garantir ainda mais a segurança da informação, a hCentrix também investiu pesado em pesquisa e no desenvolvimento de uma cultura de proteção de dados, incluindo políticas internas rígidas de confidencialidade.

Boom das healthtechs no Brasil mostra busca do mercado por soluções de gestão e para a medicina do futuro

No último ano o número de Healthtechs brasileiras, as startups de soluções em saúde, saltaram de 386 para 542. O crescimento foi bastante expressivo, principalmente se comparado ao ano anterior, quando o número de startups de saúde era de 248, segundo o relatório do hub Distrito Adtech.

Mas, o que, exatamente, pode ter impulsionado esse boom de startups de saúde no último ano? Por que, justamente em um ano de pandemia e grandes impactos econômicos, o mercado brasileiro recebeu uma leva de novas empresas?  Bem, a segunda pergunta é praticamente uma auto-resposta da primeira. É fato que, após o boom das fintechs (startups de finanças e investimentos), as Healthtechs já davam sinais de quem seriam as próximas a ocupar os holofotes e atrair os olhares do mercado. Contudo, a Pandemia de Covid-19 pode ter acelerado esse crescimento exponencial por dois motivos: a urgência do mercado em ter soluções rápidas para solucionar problemas da Pandemia e a consciência criada, a partir dos impactos provocados no sistema de saúde, de que a adesão a soluções de gestão e controle de custos é essencial para permitir o funcionamento das empresas.

Gestão é, inclusive, a categoria mais comum dentre as startups de saúde brasileiras, segundo o relatório. Nessa categoria foram consideradas todas as startups com soluções focadas em melhorar a gestão de hospitais, clínicas, laboratórios ou exames, podendo se estender para operadoras de saúde e seus demais serviços. A segunda categoria mais presente nas Healthtechs brasileiras é a de soluções em prontuários eletrônicos.  

Embora não apareça nas primeiras posições do relatório, a categoria de softwares para telemedicina também está entre as soluções em saúde que mais ganharam espaço e investimentos no último ano. Com a regulamentação pelo Ministério da Saúde da realização das teleconsultas durante a Pandemia, até mesmo empresas e operadoras de saúde que operavam no modelo tradicional incluíram planos de atendimento digital na lista de serviços ofertados. 

Soluções mais simples, tecnologias mais complexas: O que esperar da medicina do futuro e como as startups trabalharão por ela?

O cenário do momento para as startups de saúde é de aberta e expansão.  No entanto, um pouco antes desse contexto, em 2019, um relatório Pulse of the Industry, da EY, já havia levantado a tendência de crescimento das empresas cujas soluções estão voltadas para a chamada medicina do futuro. Segundo o relatório, o crescimento da medicina baseada em valor, com uso de dados e dispositivos cada vez mais conectados, era eminente e perceptível. 

O relatório também destacou o crescimento de soluções que, com o uso de recursos de Inteligência Artificial e algoritmos, permitam o cuidado personalizado orientado por dados. A EY também destacou o uso crescente de recursos computacionais modernos, como a computação quântica, para impulsionar as pesquisas genéticas e permitir resultados com mais precisão, agilidade e, é claro, menores custos.

Validação e credibilidade da Saúde Digital em alta

Enquanto vivemos o boom das startups brasileiras e ainda discutimos algumas questões burocráticas, como a regulamentação e a adequação às leis de proteção e segurança de dados, em outros países a saúde digital tem conquistado cada vez mais espaço, credibilidade e validação. 

Um exemplo disso é a aprovação, nos Estados Unidos, do primeiro sistema de realidade aumentada para tratamento cirúrgico, feito em 2018. No mesmo ano a FDA, agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos americano, aprovou também o uso de mais de 30 algoritmos de inteligência artificial para serem usados pelos profissionais de saúde e hospitais. 

Tendências do mercado estão presentes nas Soluções entregues pela hCentrix 

A hCentrix Soluções em Saúde trabalha com duas das soluções apontadas como forte tendência para a medicina do futuro e com alto potencial de resolutividade para problemas no presente.  A ferramenta de gestão de saúde populacional, por exemplo, combina base de dados por inteligência artificial em tempo real e permite a tomada antecipada de medidas para minimizar os impactos no sistema.

Já a ferramenta de automação de autorizações prévias permite mais agilidade e assertividade no processo de autorizações de procedimentos e a otimização dos recursos para as operadoras de saúde. Clique aqui e saiba mais sobre cada uma delas. 

A automação de processos na saúde e uso de Inteligência Artificial vai substituir o médico?

Saiba porque existe esse receio e porque esse pensamento já está ultrapassado.

A tecnologia vai substituir o profissional de saúde? Com a evolução da automação e uso da inteligência artificial, o papel de alguns profissionais da área, incluindo o médico, fica cada vez mais dispensável, certo? Errado! Mesmo com o surgimento de novas soluções cada vez mais automáticas e assertivas é inegável que a presença e atuação do médico continuarão sendo imprescindíveis para o Sistema de Saúde. Então, por que há tanto receio de que isso, de fato, aconteça algum dia? 

Para responder a essa questão vamos primeiro identificar a raiz do problema. O medo de ser substituído pela máquina ou por uma nova tecnologia é um medo antigo do ser humano e não surgiu da noite para o dia. Durante a revolução industrial, no século XVIII, o receio de perder postos de trabalho foi intensificado quando os processos de produção manufaturados foram substituídos pelo sistema mecanizado. 

A substituição da mão de obra humana pela tecnologia é um processo inevitável?

De certa forma, sim. A julgar pelo que aconteceu na revolução industrial, alguns pontos de trabalho e funções foram definitivamente substituídos pelo uso das máquinas. Mais ágeis e mais lucrativas, as máquinas foram apresentadas como um importante recurso tecnológico que promovia economia de recursos, maior velocidade nos processos e, é claro, menor possibilidade de apresentarem algum problema ou condição que pudessem causar a interrupção repentina das atividades.   

No entanto, esses fatores não devem ser os únicos a serem considerados quando o assunto é a substituição da mão de obra pelas novas tecnologias. Há de se considerar que a criação, condução e apoio aos novos recursos tecnológicos são feitos por humanos, o que por si só acaba impulsionando a necessidade da mão de obra em outras esferas e gerando, consequentemente, outros trabalhos e perfis profissionais. É certo que avanços tecnológicos trazem mudanças, às vezes dramáticas, na forma como trabalhamos – tanto para melhor como para pior: os artesãos que faziam seu ofício com maestria e capricho, a exemplo disso, viram seu modelo de trabalho e de vida totalmente transformado com a 1ª revolução industrial. Por outro lado, os trabalhadores administrativos e executivos conseguiram melhorar muito seu desempenho com os computadores pessoais e a internet na década de 90. 

Automação na saúde e medicina de precisão. E, agora Doutor?

Assim como em outras áreas e categorias profissionais, o receio de ter a mão de obra substituída pelo uso de tecnologias cada vez mais modernas e precisas também existe na saúde. Para o CEO da hCentrix, Fábio Abreu, o processo de buscar ‘fazer melhor e com mais eficiência’ (produtividade com qualidade) está na essência da natureza humana e essa é a função última da tecnologia. No entanto, particularmente na saúde, estamos vivendo um momento em que a tecnologia está e continuará impactando muito na atividade do profissional da saúde. Atualmente o profissional está recebendo simultaneamente impactos de várias frentes: genética em seus diversos ramos, Inteligência Artificial, internet de alta velocidade, telemedicina, robótica, impressão 3D, wearables / IoT, sendo essas apenas as principais.

Clayton Christensen em seu livro ‘Inovação na Gestão da Saúde’  propõe que a medicina deve se dividir em três níveis, o primeiro, a medicina de precisão, onde a tecnologia permite o diagnóstico preciso e possui um protocolo exato de tratamento, no segundo nível onde a tecnologia permite estabelecer processos altamente consistentes de diagnóstico e tratamento a ser executado pelo profissional de saúde e no terceiro nível, onde é necessário o médico, pois necessita a interpretação do caso e construção de hipóteses diagnósticas.   “À medida que a tecnologia vai se aprimorando, vamos tendo mais recursos e maior precisão no diagnóstico e no cuidado aos pacientes. Essa precisão vai permitindo, por exemplo, avaliações cada vez mais precisas, por isso o termo medicina de precisão. No entanto, a presença do profissional de saúde continua necessária nas avaliações de segundo nível, ou seja, avaliar as informações geradas pela tecnologia  e fazer as análises complementares. Mesmo com a automação no terceiro nível, já é possível com as tecnologias disponíveis apoiar a análise e  decisão sobre a condição de saúde do paciente ao médico especialista para que ele possa chegar mais facilmente ao diagnóstico e indicar as melhores opções de tratamento”, disse. 

Como a tecnologia vai transformar o trabalho do médico? 

Temos de deixar claro que a tecnologia sempre vai tornar o trabalho do médico melhor e com mais eficiência.  Porém, ele será diferente.  De  acordo com o CEO da hCentrix, o médico deverá dedicar mais tempo com a  coordenação de tratamento do que “cuidar” do paciente.  A combinação do impacto da tecnologia e a do perfil epidemiológico (predominância crescente de doenças crônicas), onde o cuidado passa ser cada vez mais de longo prazo e executado por equipes multiprofissionais que interagem em real time e a distância, graças aos avanços tecnológicos.  Outro impacto esperado é sua atuação ser cada vez mais por meio digital onde seu relacionamento com os pacientes, outros profissionais e instituições de saúde será feito por intermédio de tecnologias de telessaúde.  Por fim, essa “carga tecnológica” e a necessidade de maior interatividade, necessita que o médico desenvolva cada vez mais sua empatia (principalmente com o paciente) e técnicas de análise de contextos para garantir a qualidade de suas decisões. No futuro, provavelmente o médico poderá, por exemplo, estar ligado aos centros de excelência ou auxiliando a distância usando as tecnologias para isso.  

Se por um lado a atividade profissional na saúde deve transforma-se significativamente, a área da saúde continuará sendo uma das áreas que mais cresce na utilização de mão de obra no mundo e a projeção é que assim permaneça por muitos anos”, afirma Abreu.

Automação na Saúde e impactos na linha de frente

Para Abreu, a otimização e automação de processos existe há muito tempo, mas quando se agregou inteligência artificial (IA) em tempo real, um fator novo e importante surgiu. “A inteligência artificial em tempo real otimizando, apoiando as decisões e ampliando a automação faz toda a diferença, principalmente para a saúde, na relação médico-paciente, no processo de diagnóstico e definição da conduta e na gestão da saúde de populações, como no caso dos planos de saúde e os municípios (como já acontece em algumas cidades da Europa durante essa pandemia da Covid-19). O sistema de saúde ganha uma aliada para ajudá-lo a ser mais assertivo e mais consistente”, afirma.

Ainda de acordo com o CEO da hCentrix, a possibilidade das análises em tempo real (real time) pode otimizar e aperfeiçoar todo o processo. “Hoje sabemos que não adianta automatizar com inteligência se essa inteligência não estiver disponível em tempo real (real time).  A combinação de Inteligência Artificial (IA), automatização e Real Time é essencial para que a automação chegue ao novo aparato para os processos da saúde que a tecnologia está trazendo. Estamos vivendo uma revolução muito importante na Saúde e a hCentrix está nesse processo atuando com essas frentes que visam contribuir com o trabalho do profissional de saúde e apoiá-lo em suas decisões clínicas ou de gestão, conclui. 

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Déficit de médicos x alta demanda: Como a tecnologia pode ajudar na defasagem de especialidades

O Brasil tem hoje 502.475 médicos. Esse número representa mais que o dobro da quantidade de profissionais na ativa no início do século segundo os responsáveis pelo estudo Demografia Médica no Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Universidade de São Paulo (USP).

De acordo com os resultados da pesquisa feita no último ano, a relação de médicos por 1.000 habitantes passou de 1,41 para 2,4, um aumento significativo para um país que sempre teve o número de profissionais de saúde, principalmente formados em medicina, menor que a demanda. O déficit por médicos no Brasil é uma questão bastante controversa e que sempre fez parte das discussões sociais em praticamente todas as esferas. Há uma compreensão de que o número de médicos poderia ser suficiente se a distribuição desses profissionais por todo o território brasileiro fosse proporcional, o que não acontece, principalmente nas regiões mais remotas do país. Quando a demanda é por um especialista, a situação se torna ainda mais comum.

Há, ainda, uma demanda notória por outros profissionais de saúde que atuam no Sistema junto ao médico.  Segundo um estudo da OECD States 2010, feito em parceria com a American Association of College of Nursing, o número de técnicos para cada médico é de 1,4. Já o número de enfermeiros por médico é ainda menor, chegando a 0,8.

Pandemia evidenciou problemas

Mesmo com o crescimento do número de médicos no país, algo que deve ser comemorado e ressaltado, o número de profissionais especialistas por região ainda pode não ser suficiente para atender a demanda da população brasileira.  Por conta disso, o acesso à saúde para muitas pessoas pode ficar prejudicado.  Para Fábio Abreu, CEO da hCentrix, há vários problemas no sistema de saúde e a redistribuição do médico é uma delas. “A Pandemia de Covid-19 evidenciou um problema com o qual já convivemos há décadas:  o acesso restrito a saúde em muitas regiões do país”, disse.

A solução para os problemas da Saúde está nas novas tecnologias?

Essa é uma dúvida que norteia muitas discussões e que não pode ser respondida sem antes considerarmos os avanços da Saúde nos últimos anos. O uso de novas tecnologias na Saúde, como ressalta Fábio Abreu, não é novidade. “A área da Saúde sempre foi um campo muito aberto para a inovação e sempre se beneficiou muito com a adoção de novas tecnologias. O que ficou evidente, principalmente por causa da Pandemia, é que investir em soluções que cada vez mais auxiliem o médico e o permitam ter mais condições de exercer o trabalho com segurança e precisão, contribui muito para a melhora nos indicadores de saúde, sendo eles relacionados ao acesso à Saúde, como um todo, ou até mesmo à redução de custos”, disse. 

Ainda segundo Abreu, a telemedicina, agora chamada de telessaúde, teve sua regulamentação acelerada na pandemia devido à própria necessidade do atendimento em meio à adoção de protocolos de distanciamento social. “Já existia a tecnologia para a telessaúde, havia recursos para implementação, mas o debate sobre a regulamentação não era levado a diante. Isso fazia com que o acesso, principalmente a diversas especialidades, gerasse um alto custo para o sistema. Imagina que você está em uma região sem acesso e precisa de um especialista? Para que esse atendimento acontecesse, haveria necessidade de deslocamento do médico ou do paciente, o que gerava custos. Hoje, com a telessaúde, o custo pode ser significativamente reduzido”, completou.

As soluções tecnológicas, apesar de não resolverem todos os problemas da saúde, contribuem para esses dois fatores: redução de custo e aumento do acesso. Se o seu objetivo é reduzir custos com saúde na sua empresa ou operadora, conheça todas as possibilidades de gestão de saúde populacional com a hCentrix. Clique aqui e acesse nosso site.

O futuro do mercado da saúde no cenário pós-pandemia

Como as inovações impulsionadas durante o enfrentamento à Covid-19 mudaram a percepção sobre a saúde e o que poderemos colher dessa experiência

Artigo de Fábio Abreu- CEO da hCentrix

O sistema da saúde passou por grandes transformações no último ano (e continuará passando nos próximos anos) impulsionadas pela pandemia. É que esse sistema atraiu os olhares do mundo todo graças a um ano atípico em que se falar de saúde deixou de ser importante para ser imprescindível.  Destacamos aqui alguns impactos importantes no setor:

O primeiro é a aceleração da adoção tecnológica que fez colocar em prática produtos e inovações que já estavam em desenvolvimento, mas que poderiam levar até mais de uma década para serem utilizados de forma massificada.  A saúde tem e sempre teve muito espaço para inovação, isso não se pode negar, porém, é um dos setores onde a adoção massiva de inovações ocorre de forma mais demorada. No entanto, a Covid-19 foi uma “incentivadora da inovação” ao exigir do mercado, urgência em se investir e apresentar soluções para uma realidade imprevisível e imediata. 

Vivíamos uma espécie de “setorização da saúde” tanto a nível governamental quanto nas empresas, cuja responsabilidade podia ser colocada para um ministério, uma secretaria ou um departamento dentro da empresa. Como segundo impacto, a crise mostrou que a saúde não pode mais ser tratada dessa forma. Nas organizações mais especificamente, a saúde era, quando muito, tratada apenas esporadicamente em reuniões do conselho de administração. A partir da pandemia as corporações passaram a enxergar e compreendê-la de forma diferente.  A saúde mostrou “sua força” em 2020 e passou a ser uma variável importante para discutir crescimento da empresa, seus concorrentes, sua inovação, estratégias, ou seja, tudo.  

A percepção de que a saúde precisa ser tratada de forma integrada e muito mais ampla foi enfim compreendida e temos a esperança que, nos próximos anos, seja incorporada por todas as instituições. Com isso, a saúde ganha seu espaço devido e passa a estar presente em discussões sensíveis e estratégicas de uma empresa, de um estado, de um país e, por que não, do mundo – a pandemia é um aprendizado novo para a humanidade em uma era de globalização. Vale lembrar que não existia, em nenhum lugar do mundo, preparação, ou minimamente um plano contingencial, para uma pandemia como a provocada pela Covid-19. Como a saúde sempre foi vista como algo restrito e setorial – e como pandemia afetou a tudo e a todos nas dimensões básicas de uma sociedade – econômica, social e tecnológica – não havia estratégias estabelecidas para lidar com ela. 

O terceiro impacto é que ela também aflorou algumas discussões sobre a composição “o que” realmente é importante para saúde, para além das inovações tecnológicas, do incentivo aos bons hábitos de vida, da busca contínua pela melhora do ambiente em que vivemos e a nossa maior compreensão do universo da genética.  A pandemia mostrou que a questão do acesso aos recursos de saúde é um ponto central e que a discussão e o destino dos investimentos devem ser tratados com a maior seriedade e buscando o melhor impacto, independentemente se públicos ou privados.  Faz sentido a cidade de São Paulo ter 4.927 leitos de UTI (dados CFM mar/2018) e toda a Itália em mar/2020 ter 5.343 com uma população 5 vezes maior? O que dizer do Reino Unido com 4.123 leitos em jan/2020 para 68 milhões de pessoas?  O Brasil com seus 46 mil leitos de UTI (CNS 2019) e uma média per capita muito superior aos países citados, teve sérios problemas com atendimento da população. Ficou claro o desequilíbrio na alocação de recursos em detrimento da atenção primária e secundária – sim, somos um país hospitalocêntrico por excelência – além de falhas estruturais na alocação geográfica de recursos e sobretudo, uma miopia geral sobre o que efetivamente é saúde populacional.

Outra questão que ficou bem evidenciada durante esse período e que podemos considerar um ponto positivo daqui em diante, é o enfraquecimento do mito de que a mão de obra humana na saúde poderia ser substituída, em algum momento, pela adoção de tecnologias cada vez mais assertivas e precisas na saúde. A pandemia mostrou, no mundo todo, que a demanda por equipes de saúde é alta e vai continuar assim, mesmo com a evolução tecnológica.  A área da saúde é uma das áreas que mais cresce na utilização de mão de obra no mundo e essa demanda deve aumentar devido a outros fatores, entre eles, o surgimento de outras doenças, as condições de envelhecimento e mudança do perfil epidemiológico e, agora, o temor por epidemias.

Devemos entender, com a nova conjuntura gerada pela epidemia, que a saúde é um bem dos mais democráticos, tanto que muitos entendem como algo que existe per si, mas não é verdade.  Fica evidente o pouco caso com ela e com a sua correta coordenação no nível populacional quando surge uma crise como a gerada pela Covid-19.  Esperamos que a sociedade mundial, não apenas os governos, desenvolva uma maior consciência sobre a necessidade de planejar, coordenar e gerenciar a saúde em todos os níveis. 

Gestão do presente e do futuro: Porque operadoras de saúde precisam mudar o modelo operacional

Modernização dos processos em saúde gera economia de recursos e potencializa lucratividade

O processo de modernização permitido pela adoção de novas tecnologias já é realidade em diversos setores econômicos e na saúde não poderia ser diferente. Novos recursos tecnológicos abrem portas para novas possibilidades para que o Sistema de Saúde como um todo alcance seu maior objetivo: a  economia de recursos e a otimização da equipe prestadora de serviços. No entanto, muitas operadoras ainda não podem contar com esses recursos e vivem, literalmente, como se ainda estivessem no passado. 

O problema de não se modernizar, porém, vai muito além de não poder contar com recursos mais ágeis e precisos. Medir a qualidade do serviço prestado é uma das principais formas, senão a principal, de validar o modelo operacional e, se necessário, fazer ajustes para corrigir o processo em curso. Afinal, o propósito de toda a operadora de saúde é ter uma gestão eficiente com uma administração de recursos operacionais e financeiros. 

Ter um modelo de gestão defasado também prejudica as empresas contratantes, o que gera insatisfação e entrave em alguns processos. 

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Operadora de saúde com modelo de gestão defasado: O que fazer?

O crescimento das operadoras que utilizam recursos tecnológicos é um movimento benéfico tanto para as próprias operadoras quanto para todos os players do Sistema de Saúde. Quando uma operadora adere ao uso de novos recursos e moderniza seu modelo operacional, todos os agentes do mercado são positivamente impactados. Isso porque, além de melhorar o serviço prestado ao paciente, que é o principal beneficiado, o aperfeiçoamento do modelo assistencial das operadoras de saúde faz o mercado ficar mais competitivo e reforça, ainda mais, a importância do uso da tecnologia nesses espaços. 

Como ter mais eficiência operacional na minha operadora?

Se você também sente que o modelo operacional da sua operadora de saúde precisa ser modernizado e está buscando uma solução, aqui vai uma sugestão de pontos que você pode considerar para, a partir daí, pensar em soluções que o ajudem a alcançar os seus objetivos:

Gestão de dados integrados: 

A gestão de dados integrados é essencial para que as operadoras de saúde consigam antecipar situações problemáticas que podem evoluir e resultar em prejuízos para todos. Prever essas situações permite planejar ações e antecipar soluções antes que o problema aconteça.

Machine learning:

O machine learning, que em português significa aprendizado de máquinas, é o conjunto de possibilidades geradas a partir da análise de dados e construção de modelos analíticos. Esse ramo faz parte da Inteligência Artifical (IA) e permite a automatização de processos uma vez que o sistema passa a “ler os dados”, aprender a interpretar situações e identificar padrões. 

Transformação na jornada do paciente: 

A absorção de recursos tecnológicos na saúde também melhora muito a relação do paciente com sua própria saúde. Uma prova disso é o caminho que ele faz do momento em que decide (ou precisa) ir ao médico até o momento em que recebe seu diagnóstico e orientação para o tratamento. Quando a operadora está munida das informações sobre esse paciente e pode acessá-las a qualquer momento, oferece mais condições para que as prestadoras de serviço consigam avaliar todo o histórico desse paciente e tomar, junto a ele, decisões mais direcionadas e assertivas. 

Otimização do tempo dos profissionais de saúde: 

A otimização do tempo dos profissionais de saúde é um dos principais ganhos da modernização tecnológica nas Operadoras de Saúde. Ao contrário do que algumas pessoas ainda possam pensar, por mais modernos que sejam, as novas tecnologias na saúde não são utilizadas com o objetivo de substituir o profissional de saúde e sim ajudá-lo a ter mais tempo para dedicar aos processos e situações que precisam do olhar e do crivo humano.  

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Exames de Covid-19 – um (pequeno) novo desafio para a Regulação

A Auditoria em Saúde é um processo de avaliação das rotinas e tarefas a fim de verificar se as atividades apresentam conformidade com os documentos preconizados pelos órgãos reguladores e contratos. Ela tende a alinhar os custos operacionais com os recursos disponíveis e se utiliza de tabelas e protocolos técnicos, que ajudam a direcionar o gestor no alcance de práticas eficazes. Sendo assim, ela contribui para evitar o uso inapropriado dos serviços oferecidos, prevenindo a má conduta.

Por efeito da pandemia de COVID-19, que assola o país e o mundo, em março de 2020, o exame para detecção do Coronavírus (RT-PCR) foi incluído pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde e passou a ser de cobertura obrigatória aos beneficiários de planos de saúde (Resolução Normativa nº 453). Meses depois, em agosto de 2020, a ANS decidiu incorporar definitivamente o exame de sorologia (Resolução Normativa nº 460) que havia sido incluído por motivo de liminar judicial, posteriormente derrubada. A decisão da Diretoria Colegiada da agência foi tomada após a ANS concluir análise técnica das evidências científicas disponíveis e promover amplo debate sobre o tema com o setor regulado e a sociedade. 

Apesar de não representarem um alto custo, espera-se algum impacto financeiro decorrente da inclusão desses exames, haja vista a grande demanda para sua realização.  As inclusões dos exames vieram acompanhadas de suas respectivas diretrizes de utilização (DUTs), que nada mais são do que regras e normas elaboradas pela ANS e que servem para orientação e regulamentação do uso adequado de procedimento médicos e exames complementares. Elas são descritas e baseadas em estudos médicos com a finalidade de utilização das novas tecnologias ou exames que realmente possam trazer benefícios para o paciente ou que auxiliem os médicos no diagnóstico de doenças.

Como médica auditora /reguladora que atua no processo de autorização de senhas, tenho recebido uma grande demanda diária de solicitações para tais exames. Analiso o pedido médico e, quando necessário, solicito complementação das informações ao paciente ou ao médico (se for possível) assim como laudos de exames previamente realizados (se existentes). Dessa forma, posso avaliar se cada caso se adequa ao que está preconizado em cada DUT e avalio a cobertura.

Percebo que grande parte dos colegas médicos assistentes não está sabendo solicitar ou interpretar os exames. Cada um tem um tempo correto para ser solicitado. Não adianta solicitar um exame de RT-PCR muito tempo depois do início dos sintomas, sua acurácia diminui com o passar dos dias. Não existe indicação para se pedir RT-PCR e sorologia ao mesmo tempo. Será que realmente é necessário pedir um novo RT-PCR se o paciente já tem um anteriormente positivo?    

Também venho me deparando com algumas tentativas de pacientes que tentam “burlar o acesso” a esses exames. No mês corrente foram dois casos: Após terem conhecimento das negativas, os beneficiários imediatamente abriram novas senhas e apresentavam pedidos de outros médicos onde mudavam sua história e até omitiam o fato de terem realizado exames prévios para conseguirem seu intento.

Portanto é importante que o auditor SEMPRE pesquise o histórico do paciente no sistema, antes de liberar qualquer um desses exames. Somente dessa forma conseguimos ver o quadro completo, o que foi pedido anteriormente e porque foi deferido ou indeferido. E assim, podemos evitar o desperdício dos recursos e regular o acesso de forma justa e igualitária para todos os beneficiários do plano.  

Dra. Isabella V de Oliveira

Médica / Regulação em Saúde

O potencial da Inteligência Artificial na Saúde: o que já é realidade e o que podemos prever sobre os impactos das novas soluções para a Saúde

Artigo de Opinião assinado por Fabio Abreu, Cofundador e CEO da hCentrix – comentado, artigo “The Potential for artificial Intelligence in Healthcare” de autoria de Thomas Davenport e Ravi Kalakota, publicado no Future Healthcare Journal (2019)

Várias frentes e entidades têm debatido sobre a potencialidade e as aplicações do uso da Inteligência Artificial na Saúde.  Na última semana me chamou a atenção um artigo dos pesquisadores Thomas Davenport e Ravi Kalakota, que traz à luz um panorama sobre esse potencial e, sobretudo, da expansão e a evolução do acesso e gestão de dados e de como eles se tornaram valiosos para os profissionais, empresas e instituições de saúde em todas as áreas: diagnóstico/tratamento, engajamento dos pacientes, gestão da saúde populacional e gestão das próprias organizações envolvidas.

Conforme elucidaram bem esses dois pesquisadores, a IA não é uma tecnologia, mas uma coleção delas como Machine Learning, Rule-based Expert System (RBES), Robot Process Automation (RPA) ou Neural Networks.  Com a grande evolução do hardware e processamento na nuvem, as maiores oportunidades para o campo da saúde são o aprendizado de máquinas por via das redes neurais, o processamento da linguagem e de dados (NLP), a automação robótica de processos e, é claro, a evolução dos robôs cirúrgicos. Porém, é importante ressaltar que essa visão dos autores está mais próxima da realidade americana/vale do silício do que do resto do mundo, o que na minha opinião isso tem direcionado os esforços das healthtechs brasileiras para produtos super especializados e pouco integrados a realidade do nosso ecossistema de saúde.  Isso não invalida, pelo menos a médio/longo prazo, que a expectativa dos autores em relação a softwares e sistemas é que eles sejam cada vez mais substituídos por soluções tecnológicas baseadas em dados e algoritmos.

Apesar de promissores, os resultados da IA na Saúde, assim como em outros setores, dependem hoje da resolução de algumas questões de implementação, além de questões éticas e sociais. São essas questões, inclusive, que impedem, por hora, a implementação em larga escala e automação em massa de uma série de processos cujos resultados da IA se mostraram tão satisfatórios quanto os de humanos em tarefas consideradas essenciais da saúde, como a avaliação e o diagnóstico.   É sabido que a IA é considerada (e testada) como recurso auxiliar de diagnóstico e tratamento desde, pelo menos, a década de 70 quando um sistema denominado MYCIN foi desenvolvido por pesquisadores de Stanford para diagnosticar infecções bacterianas transmitidas pelo sangue. O que deixou a invenção longe de ser absorvida pelo mercado, contudo, foi a integração dos dados gerados pelo sistema aos fluxos de trabalho clínicos e aos sistemas de registros médicos, falha que, segundo os autores, é ainda uma barreira para a implementação da IA em outras esferas nos dias de hoje.

O Watson, plataforma de serviços cognitivos da IBM que combina rede neural, Learn Machine e PNL, por exemplo, é citado como uma iniciativa que ganhou os olhares do mundo ao se mostrar como possibilidade para a medicina de precisão, sobretudo para diagnóstico e tratamento de câncer, e que enfrentou essa mesma dificuldade de integração nos processos e sistemas de atendimento. Além disso, os clientes que usaram o Watson relataram dificuldade em ensinar o sistema a aprender a lidar com tipos específicos de câncer.

Colocando de forma mais genérica, o que é relatado nos EUA também observamos no Brasil: as organizações de saúde (de healthtechs a grandes empresas) desejam e investem em tecnologias que são “atraente e chamativas” como IA, mas não querem “sujar as mãos” arrumando a “emaranhada e confusa” infraestrutura de dados de sua organização, passo fundamental para IA – é como construir um prédio de 80 andares sem elevadores.

Os problemas de implementação com a IA sempre foram um grande complicador para muitas organizações de assistência médica, mas a solução parece estar mais próxima da realidade, pelo menos nos EUA. Experiências positivas em todo o mundo têm demonstrado que a evolução tecnológica, a maior maturidade das áreas de tecnologia e a aceitação do mercado – principalmente quanto às questões éticas – tem contribuído para que essas barreiras de implementação sejam rompidas.

E há, ainda, a percepção de que diversas frentes estão interessadas em solucionar esses mesmos problemas; todas as gigantes de tecnologia sem exceção – Facebook, Amazon, Apple, Microsoft e Google (as FAAMG) – demonstram interesse em integrar esse circuito.  O objetivo, que faz tanto as gigantes quanto novas startups de tecnologia a buscarem soluções é geralmente o mesmo: identificar/prever riscos e antecipar soluções, que com certeza, é uma das maiores transformações do campo da saúde, seja na personalização da atenção a população oferecida pelas organizações e a criação de modelos de previsão, a partir do recurso de big data, para alertar intervenções ou fatores complicadores que podem evoluir ao longo do processo, seja na atenção individual ou na gestão de uma população (vide a crise do Covid-19 que vivemos).

Prever riscos e antecipar soluções é o toque de Midas da IA. Esse “pacote de soluções” gerado pela IA é capaz de promover uma mudança de comportamento em todo o sistema de saúde, envolvendo até mesmo o comportamento do paciente em relação a forma como ele lida com sua própria saúde. Dessa forma as soluções de IA contribuem e contribuirão cada vez mais para o suporte a decisões clínicas, operadoras de saúde e grandes corporações ajudando a criar uma “máquina de sucesso” que identifique os pacientes com maior risco potencial e orientando na tomada de decisão, tanto do paciente quanto dos gestores da assistência médica.  E é nesse campo que a hCentrix tem atuado e desenvolvido nosso trabalho, já consolidado como uma solução inovadora para a Saúde e já estamos no campo da implementação e aperfeiçoamento dos processos junto a grandes clientes em todo o Brasil.

Os desafios enfrentados pela IA são reais e impactam diretamente nossas decisões, contudo, nossa proposta tem sido buscar alternativas para que essas barreiras sejam superadas. As questões éticas relacionadas ao uso de IA são as mesmas relacionadas a outros campos em que a segurança de dados também é discutida. No Brasil poderemos ter alguns avanços a partir da implementação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), mas ainda é cedo para afirmar se a aplicação da lei em si resolverá todas as implicações éticas relacionadas à transparência, privacidade e responsabilidade. Outro desafio quando se fala em automação de processos e IA é a discussão sobre substituição parcial ou completa do profissional humano. No entanto, até o momento o que se tem observado é que o potencial da IA tem sido direcionado para fornecimento de informações para orientar ações dos profissionais de saúde que permanecerão em contato direto com o paciente.

Como bem defenderam Davenport e Kalakota, a IA “é uma das tecnologias mais poderosas e com alto potencial para impactar a nossa sociedade, por isso exigirá atenção contínua de todos por muitos anos”. Somos parte dessa inovação e acreditamos que estamos trilhando o caminho para que essa transformação continue e tenha cada vez mais impactos positivos para o Sistema de Saúde e, consequentemente, melhorias para a vida das pessoas.

Dados, administração de recursos e protagonismo: Pesquisa revela preocupações e anseios das empresas com a Gestão da Saúde

Realizada pela hCentrix, pesquisa ouviu dezenas de executivos de RH de corporações de médio e grande porte.

O acesso à saúde é considerado, atualmente, um dos maiores benefícios (senão o maior) no mundo corporativo. Diversos estudos dão conta de que ter um plano de saúde é considerado muito importante para a maioria dos colaboradores. Não à toa, o plano de saúde é o benefício mais oferecido pelas empresas no Brasil segundo um estudo feito pela Aon Hewitt em 2011.  Isso significa que as empresas, por meio da atuação de seus profissionais de Recursos Humanos, tem como preocupação a saúde e o bem-estar de seus colaboradores e visam garantir que eles tenham proteção e assistência garantidas.

Essa realidade, no entanto,  vai de encontro a uma questão preocupante para as empresas: o custo, cada vez mais alto, das despesas médicas e a elevação da folha. Tanto, que, depois da folha de pagamento, o plano de saúde tem se tornado o maior custo para as corporações. Mas, o que pode ser feito para solucionar esse problema? Para responder a essa pergunta é necessário, primeiramente, entender a realidade dessas empresas. E, para isso, a hCentrix fez uma pesquisa com executivos de RH de diversas empresas e mapeou alguns pontos centrais para uma melhor jornada da Saúde. A pesquisa ouviu no mês de julho deste ano setenta executivos com poder de decisão sobre o benefício em empresas de médio e grande porte nos setores de manufatura, bens de consumo, químico, varejo, serviços financeiros, tecnologia, agro, energia, educação, saúde, alimentação e aviação.

O primeiro resultado endossou o que todos os agentes do Sistema de Saúde já sabem: mesmo em um cenário ideal, livre de grandes eventualidades, os custos de saúde tendem a apresentar um crescimento gradual ano após ano. Esse custo é justificável, em parte, devido ao reajuste anual das próprias operadoras de saúde somado ao aumento no preço de insumos e modernização de tratamentos e equipamentos. Outro fator que justifica o aumento dos custos é evolução do quadro de saúde dos colabores. Casos de pacientes crônicos não acompanhados ou não relatados, por exemplo, podem evoluir para outras patologias mais graves e, consequentemente, demandar mais assistência e maiores recursos.  Os custos podem, ainda, virem a ser maiores em cenários de calamidade, como a pandemia de Covid-19. Nesse caso, os custos com saúde tendem a ser subitamente maiores, o que impacta tanto as operadoras de saúde quanto a folha das empresas.

O segundo ponto identificado foi o grau de preocupação dos gestores de RH com o aumento desses custos. Os indicadores demonstram que a Gestão de Saúde Corporativa está no topo das preocupações dos gestores corporativos. Eles também apresentaram grande preocupação no que diz respeito ao acesso aos dados populacionais para, assim, terem mais previsibilidade no controle dos gastos e condições de desenvolverem estratégias de prevenção identificando oportunidades de intervenção para que suas ações sejam mais assertivas.

Outro dado importante aferido foi a percepção sobre as possibilidades das novas tecnologias na Saúde, incluindo a Inteligência Artificial. Os gestores respondentes enxergam esses recursos como a chave para que se possa, num futuro cada vez mais próximo, fazer o gerenciamento de casos e pontos críticos a partir da mensuração dos dados em tempo real. Esse fator foi apontado como importante e necessário pelos gestores.

Ainda falando na possibilidade em se trabalhar com dados em tempo real, uma questão específica tratou desse tema e o resultado endossou a relevância das ferramentas da hCentrix não apenas para as operadoras de saúde como também para as próprias empresas. Ter dados em tempo real para discutir e decidir com a operadora sobre os casos de maior risco e custos operacionais foi visto como uma prioridade e a maior necessidade entre todas apresentadas para os gestores. Logo, entendemos que uma nova forma de se pensar a saúde tem emergido dentro das empresas e o entendimento de que a busca por soluções para a gestão de saúde e economia de recursos só será possível com a atuação unificada de todas as partes envolvidas.

Dessa forma, é perceptível que há um pleno entendimento de que somente o recebimento de dados finais da operadora de saúde não são suficientes para mensurar, prever e se antecipar aos custos de saúde dos colaborares. Mais que uma preocupação com os custos crescentes, há uma busca por soluções que possibilitem o protagonismo dentro das corporações, não apenas para prever o futuro, mas também para gerenciar o presente com mais assertividade e propriedade a fim de melhorar a experiência na jornada do paciente. Todas essas percepções estão alinhadas à proposta da hCentrix em entregar soluções a partir de tecnologia da informação para permitir esse protagonismo e uma nova forma de gestão de saúde para empresas a partir do contato com seus colaboradores, com as operadoras de Saúde e demais players. Consequentemente, quando todos os fatores contribuem para a melhoria na experiência do paciente, os impactos positivos gerados beneficiam todo o Sistema de Saúde.

2020, um ano atípico:

A pandemia de Covid-19 provocou uma série de impactos no Sistema de Saúde, fatores considerados na formulação e aplicação da pesquisa. O cenário atípico, contudo, só reforçou a importância em se ter condições de avaliar em tempo real para gerir melhor os recursos atuais, prever os impactos futuros e intervir para que casos com maior potencial de risco não venham a se desenvolver e se tornarem um problema no futuro.

Confira aqui o resultado completo da pesquisa!

A Auditoria em Saúde frente às mudanças tecnológicas

Olá, me chamo Isabella V. de Oliveira e sou médica. Estou há 23 anos atuando na área de Auditoria em Saúde Suplementar. Comecei auditando numa autogestão no RJ, quando ainda não existia a ANS. Usava uma tabela de procedimentos chamada AMB 90. Com o passar dos anos vieram muitas outras tabelas e acordos, a Lei 9656, as inúmeras Resoluções Normativas, o rol, suas Diretrizes de Utilização. E muitas, muitas mudanças…

Quando comecei a trabalhar como médica auditora não existiam cursos de formação na área e aprendi com “a mão na massa”. Tive um excelente preceptor, que me ensinou a gostar do trabalho e a quem serei eternamente grata (Dr. Almir). Naquela época, nos limitávamos a conferir as contas e liberar procedimentos de acordo com os pedidos médicos. Incrivelmente, não havia muita preocupação com os custos. E as empresas, pelo menos as de autogestão, nos faziam enquadrar os novos procedimentos dentro das tabelas existentes, o que era um exercício de “puxa e empurra”. Pesquisávamos na tabela o que havia de mais parecido em termos de descrição e complexidade e liberávamos por analogia. Nas análises de contas, íamos riscando com uma caneta vermelha tudo que não estivesse em conformidade (naquela época só existiam contas em meio físico). Não usávamos computadores, longe disso! Quando começamos a trabalhar com contas digitalizadas, até presenciei colegas que se recusavam a usar computadores.

Vieram a agência e suas normatizações. Vieram as novas tecnologias em saúde (especialmente os procedimentos, medicamentos e materiais de alto custo) cada vez mais pressionando o caixa das operadoras. Muitas dessas tecnologias trouxeram benefícios, outras apenas custos. Além disso, diversos outros fatores bem conhecidos fizeram com que os gestores começassem a se preocupar com a sinistralidade. E as empresas entenderam que teriam que adotar outras estratégias de controle para sobreviver.

E junto a tudo isso, veio a tecnologia da informação, abrindo todo um universo de possibilidades.

A Auditoria em Saúde está em franca evolução. Daqui 5 anos ela não será mais a mesma. O papel do auditor está se transformando e seu perfil também precisa se transformar. Quem pensa que Auditoria é uma área para quem quer se acomodar, está muito enganado! O auditor lida com os mais variados tipos de procedimentos, muitas novas tecnologias, de todas as especialidades. Além de normas e contratos, precisa ter noções de Saúde Baseada em Evidências, Avaliação de Tecnologias em Saúde e Economia da Saúde. Precisa compreender que o processo de autorização de senhas não está descolado do todo. Ali se inicia toda uma cadeia de acontecimentos para aquele beneficiário, que terá implicações futuras para ele e para toda aquela carteira a qual ele pertence.

Se por um lado a Inteligência Artificial (IA) aplicada à Regulação em Saúde está começando a substituir algumas funções do auditor, outras funções surgem para substituí-las. Por exemplo: Na pré-implantação de uma solução de IA, o auditor em saúde precisa aplicar seus conhecimentos em tabelas de procedimentos, para orientar os analistas de sistemas a elaborarem algoritmos. Na pós-implantação dessa solução, o auditor terá o papel de validar as informações. Dessa forma a solução se refina.

Começam a surgir no mercado sistemas informatizados que oferecem uma visão da jornada do beneficiário. Tais sistemas atuam como ferramentas de suporte para o auditor em todas as etapas do processo de regulação (da análise de senhas ao fechamento de contas). É todo um novo mundo para o auditor, que passa a não só analisar o procedimento solicitado naquela senha, mas vislumbra possibilidades de atuar na prevenção de eventos futuros. Ou seja, o auditor passa a abraçar uma cultura analítica, onde o melhor uso dos dados contribui na tomada de decisão.

As soluções da hCentrix permitem que o auditor explore essas possibilidades. Uma delas é a de encaminhar beneficiários marcados pelo sistema com sentinelas e alertas específicos em determinadas condições de saúde, para programas específicos. Por exemplo: beneficiário idoso que pede senha para cirurgia de fratura de fêmur, já pode ser direcionado a um programa de prevenção de novas fraturas após sua alta hospitalar.

O auditor também pode atuar junto à Gestão no momento da análise de senha direcionando o caso para um prestador referenciado, antes da liberação daquele procedimento num prestador marcado como crítico no sistema. Enfim, sistemas assim desenhados permitem que o auditor tenha um papel mais estratégico no processo de autorização.

Portanto, o auditor moderno precisa quebrar paradigmas e se adaptar aos novos tempos. Novos tempos onde teremos que lidar com inteligência artificial, aprendizado de máquina, novos modelos de remuneração.

“Muitos temem que algoritmos e inteligência artificial assumam os empregos dos profissionais médicos no futuro. Duvido muito. Em vez de substituir os médicos, a IA irá torná-los maiores e melhores em seus trabalhos. Sem o dia-a-dia de tarefas administrativas e repetitivas, a comunidade médica poderia novamente recorrer à sua tarefa mais importante com total atenção: a cura”.

The Medical Futurist Magazine, 2017

Finalmente, se eu tenho alguns conselhos para dar aos colegas são eles:

  • Estudem sempre!
  • Atualizem-se e busquem sempre aprender algo novo.
  • Estudem as tendências dentro da nossa área profissional.
  • Estejam abertos às mudanças. Elas são inevitáveis.  

“Não considere nenhuma prática como imutável. Mude e esteja pronto para mudar novamente. Não aceite uma verdade eterna”.

Frederic Skinner