7 desafios na gestão populacional para considerar

Qualquer país ou região do mundo tem as suas peculiaridades e individualidades do ponto de vista epidemiológico, como a predominância de algumas doenças típicas, patologias e até mesmo hábitos culturais. Diante dessa realidade, conhecer bem os desafios na gestão da saúde populacional pode ser muito importante para traçar estratégias adequadas. O próprio poder público, assim como as operadoras de planos de saúde e os profissionais em si precisam ter consciência dos problemas mais rotineiros de uma sociedade, como uma forma de traçar condutas mais assertivas e promover ações pontuais em prol do público. Confira o conteúdo a seguir e conheça os principais desafios desse cenário. 1. Dificuldade em confiar na tecnologia A saúde financeira das operadoras de planos de saúde passa por diferentes problemas na atualidade e isso decorre de uma série de fatores, inclusive por uma questão histórica, em que um dos grandes desafios na gestão populacional é a dificuldade dos gestores, sobretudo os mais tradicionais, em confiar na tecnologia vigente, disponível no mercado.Com a mudança no cenário desse segmento no Brasil, seja por conta da própria evolução dos hábitos da população, com o advento da internet, ou, até mesmo, em decorrência das alterações econômicas, essas organizações se deparam com a inexorável necessidade de se reinventarem para garantir a sua sobrevivência.Sobreviver nesse ramo competitivo e cheio de restrições não é simples e, por isso, o uso de novas ferramentas deveria ser celebrado. No entanto, não é isso que vemos e alguns administradores insistem em fazer as coisas do jeito antigo, perdendo eficiência, aumentando as chances de erros e reduzindo sua assertividade.A tecnologia deve ser sempre utilizada em prol do negócio e dos beneficiários. Ao adotar um sistema de gestão, por exemplo, você ganha a possibilidade de integrar os mais diversos dados dos departamentos existentes, garantindo uma maior organização e controle dos processos gerenciais e financeiros, além de evitar o retrabalho. 2. Falta de investimentos em prevenção Se, por um lado, os gestores mais tradicionalistas podem hesitar em adotar algumas tecnologias para modernizar a administração, por outro, eles enfrentam dificuldades históricas com a cultura do poder público brasileiro, como a de adotar ações imediatistas e responsivas, em vez de apostar em medidas de prevenção. Infelizmente, isso se reflete no setor e muitas operadoras ou empresas que oferecem convênios médicos fazem o mesmo, o que acaba sobrecarregando o sistema. Uma atitude simples, por exemplo, seria disponibilizar formulários impressos ou online, para fazer um mapeamento do perfil de saúde dos usuários e criar ações e campanhas específicas. 3. Insuficiência na proteção contra fraudes Um problema relativamente comum e que pode ocasionar tremendos prejuízos às operadoras de planos de saúde são as temidas fraudes. Infelizmente, isso ocorre também por conta da insuficiente proteção que temos contra esse tipo de delito. Como ele apresenta grande complexidade, nem sempre é tão simples de ser abordado.O funcionamento de estabelecimentos de saúde e as próprias operações desse tipo de instituição, como hospitais, clínicas e consultórios, por exemplo, tem centenas de tipos diferentes de interações e não é simples acompanhar todos os seus processos. Mais uma vez, a adoção de tecnologias pode eliminar ou reduzir ao máximo esse risco. 4. Deterioração da saúde da população Também não podemos deixar de lado que há uma deterioração dos níveis de saúde da população, muito em função da adoção de hábitos de vida pouco saudáveis e da própria falta de investimento do poder público, como falamos, em medidas preventivas e de erradicação de doenças evitáveis, como as arboviroses (doenças causadas pelos chamados arbovírus, que incluem o vírus da dengue, Zika, Chikungunya e febre amarela).A qualidade de vida nos ambientes de trabalho ainda é outro ponto negativo, pois muitas empresas também não têm essa preocupação, o que pode ocasionar diversos problemas relacionados ao estresse e ao sedentarismo. São situações que impactam as operadoras de planos, pelo aumento da obesidade, dislipidemias, diabetes e da mortalidade. 5. Processos pouco eficientes Processos pouco eficientes nas instituições não são uma novidade para as operadoras de planos e, sem sombra de dúvidas, esse é um dos desafios na gestão da saúde populacional no momento. Esse tipo de situação é campeã de queixas entre as empresas que trabalham no segmento, representando um percentual alto no número de reclamações dos usuários.Não obstante, vemos a ANS divulgar, com regularidade, as listas de planos suspensos ou mal avaliados. Entre as principais demandas dos beneficiários, estão o aprimoramento na marcação de procedimentos, negativas de atendimento, ampliação da rede credenciada, o atendimento propriamente dito, entre outros. 6. Inconstância nas informações dos usuários Com a modernização dos equipamentos e o aumento da capacidade no armazenamento de dados, saber como interpretá-los é fundamental para estabelecer novas ações e medidas que permitam a redução de custos, o melhor direcionamento dos recursos existentes e, até mesmo, a ampliação da qualidade de vida dos beneficiários.Conhecer o público-alvo, portanto, é imprescindível no planejamento estratégico, sendo um elemento primordial para a administração dos riscos. Mais uma vez, contar com uma ferramenta como um software de gestão pode ser muito interessante, visto que ele não apenas centraliza os elementos, como também produz relatórios. 7. Baixo monitoramento dos resultados Por fim, qualquer empresa, dos mais variados segmentos do mercado, deve saber da importância de mensurar o seu desempenho, até mesmo como uma maneira de reforçar as ações exitosas e de realinhar as estratégias menos eficientes. No entanto, esse segue sendo um dos desafios na gestão populacional.É essencial identificar necessidades de ajustes para modificar o que for preciso e isso só é possível com a implantação de indicadores. Afinal, eles produzirão métricas que podem ser mensuradas e comparadas. Como gestor, compartilhar essas informações com a equipe e os planos também é uma forma inteligente de oferecer feedbacks, positivos ou não.Como você pôde ver ao longo desse conteúdo, os desafios na gestão da saúde populacional podem ser vencidos por meio da adoção de ações pontuais e atitudes estratégicas, que devem se unir aos benefícios que a tecnologia oferece nos tempos de hoje.Gostou de aprender mais sobre os desafios na gestão da saúde populacional? Quer receber outros
Gestão de custos em saúde: aprenda a reduzir custos e tenha um diferencial

A gestão de custos em saúde é uma questão desafiadora. Sabemos que o custo com planos de saúde, equipamentos e insumos aumenta muito acima da inflação e os clientes sempre desejam as maiores novidades. Para não comprometer a relação médico-paciente, devemos, portanto, investir em estratégias sólidas de gerenciamento voltadas para redução de custos em curto e longo prazo otimizando as tomadas de decisão com as tecnologias que geram transformações do mercado. Por isso, é importante observar as escolhas de grandes players (planos de saúde, outros hospitais e laboratórios e fabricantes mais renomados) para estar no topo da inovação.Tudo isso passa por um conceito cada vez mais presente em todas as áreas desde a TI até o telemarketing — a transformação digital. Ela envolve uma série de tecnologias que revolucionam a forma como executamos os processos gerenciais. As principais hoje em dia são: Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Wearables e Cloud Computing. Por isso, neste post, vamos debater alguns desses conceitos e sua relação com uma gestão de saúde otimizada. O problema dos custos de saúde Nos Estados Unidos, onde a saúde é altamente tecnológica com exames e equipamentos caros, as grandes empresas começaram a perceber que era inviável manter um sistema sustentável financeiramente a longo prazo.Assim, além de investir somente em instrumentos tecnológicos, como robôs cirúrgicos, perceberam que era preciso utilizar a tecnologia para minimizar os custos de adoecimento e, principalmente, otimizar e simplificar o ecossistema de saúde, que funciona, muitas vezes, de maneira complexa, lenta e cara.Consequentemente, a transformação digital caiu como luva. A transformação digital na redução de custos em saúde Georreferenciamento para análise A utilização de georreferenciamento aliada à inteligência artificial e análise de dados tem se mostrado uma ferramenta importante na prevenção e controle de doenças. Por meio de dados celulares — GPS e ferramentas de localização — integrados à softwares de I.A é possível desde estudos de reconhecimento de padrões na dinâmica de transmissão de doenças até a visualização e distribuição de fatores de risco ambientais associados à determinantes sociais de saúde locais. Segmentação com base no histórico do paciente e em indicadores de saúde Há populações mais sensíveis à determinada doença, não é mesmo? Idosos estão mais propensos à neoplasias e eventos cardiovasculares, enquanto crianças ficam mais expostas à viroses, por exemplo. Os médicos têm esse conhecimento de longa data e, agora é a hora de a tecnologia juntar-se à sabedoria acumulada por esses profissionais durante anos.Assim, é possível inserir nos bancos de dados informações sobre as características de cada doença e as especificidades de cada grupo. Com isso, vários processos importantes ficam mais simples e menos burocráticos.Por exemplo, a aprovação de um exame pode demorar muito em alguns planos de saúde. Afinal, o médico tem de prescrever o exame, enviar ao plano de saúde e passar por alguns procedimentos legais, administrativos de análise clínica e, somente depois, ele ser autorizado ao paciente. Isso demanda tempo e consequentemente, pode acarretar até mesmo em um gasto maior.No entanto, há uma ferramenta que agiliza esse processo, como um suporte à decisão na autorização. Baseado em um aplicativo que dispara alarmes tendo em vista o risco de saúde do beneficiário. Com isso, em vez da burocracia da junta, de análises frágeis e enviesadas, ele dá uma resposta rápida sobre a necessidade do procedimento tendo em vista todo o histórico do paciente e dando insumos para o time médico decidir sobre o momento certo de intervir.Dessa forma, exames de alto custo passam por uma avaliação objetiva da inteligência artificial com foco no histórico e necessidades específicas do paciente, gerando, assim, uma maior custo-eficiência do processo. Tudo isso baseado no conhecimento médico. Mobile e wearables trazendo a prevenção para o cotidiano do paciente Mobile é todo o tipo de aparelho móvel com acesso a Internet e possibilidade de instalação de aplicativos, como os tablets e smartphones. Os wearables são acessórios de vestuário (como os óculos e os relógios) que incorporam a tecnologia digital dos mobile. Esses dispositivos buscam integrar a tecnologia de ponta dos sensores e da Inteligência Artificial no nosso dia a dia para fornecer soluções únicas e práticas. Grande parte da população das grandes metrópoles possui smartphones e os smartwatches (relógios inteligentes) estão começando a se popularizar. Com aplicativos instalados, os telefones podem ser aliados essenciais para a medicina, pois os pacientes podem inserir informações sobre atividade física, adesão à medicação etc.Dessa maneira é possível integrar e analisar todas as informações de um beneficiário, como histórico familiar, condições epidemiológicas e patologias pregressas. Tal ação permite que o próprio aplicativo indique ações de saúde populacional com finalidade de prevenção em saúde. Assim, é possível reduzir taxas de adoecimento dos beneficiários e, consequentemente, os altos custos com internação e procedimentos invasivos.Desse modo, quando sua empresa investe em inteligência artificial aliada aos mobile e wearables, as equipes médicas ganham um enfoque estratégico maior no paciente e seu histórico do que apenas na doença ou procedimento a ser realizado com tecnologias viáveis e fáceis de usar. Ou seja, conseguem perceber as condições de saúde de uma população de forma longitudinal, e propor ações interventivas antes de desfechos negativos. Por isso, podemos dizer que o foco para as soluções para a saúde não passam somente pela busca de tecnologias que geram maior complexidade clínica ou controles cada vez mais caros. O ideal é aliar a tecnologia à uma atitude simples: a simplicitude. Análise preditiva para melhorar indicadores de saúde e o atendimento médico A análise preditiva utiliza a inteligência artificial aliada ao Big Data — ferramenta para analisar grandes quantidades de dados — para identificar os padrões de adoecimento em uma população, trazendo, assim, informação para ação.Por exemplo, ao perceber que há um surto de H1N1 em um determinado hospital, é possível verificar a possibilidade se tornar uma epidemia, determinar quais são os locais mais propensos e quais os grupos mais vulneráveis. À medida que novos dados chegam ao sistema de Big Data, eles atualizam a análise e permitem que os gestores do hospital avaliem o risco.É possível criar processos de
