O impacto da Vigilância de 100% da população no seu custo assistencial

Em 2012, foi publicado um artigo no Journal of American Medical Association (JAMA), onde os autores[1] relacionam o desperdício clínico e administrativo ao gasto de mais de US$ 0,5 trilhão de dólares. Em 2018, o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS)[2] publicou um estudo com a estimativa de que no Brasil, o desperdício clínico e fraudes em 2022 representou 12,7% das receitas das Operadoras de Saúde, ou seja, estamos falando de algo em torno de R$ 34 bilhões de reais. Partindo deste cenário e sabendo que parte significativa desse desperdício está relacionada à falta de vigilância e foco na jornada do paciente, vemos um excessivo foco voltado à procedimentos e na execução, que não conseguimos avistar uma melhora nos processos de gestão e controle do custo assistencial. As lacunas encontradas na jornada do paciente com efeitos negativos os quais são ampliados pela falta de coordenação, apoio e orientação ao paciente em sua jornada, são evidenciadas pelos seguintes tipos de desperdícios: A implantação de um modelo voltado para a vigilância populacional em tempo real permite ao plano de saúde atuar simultaneamente nesses tipos de desperdício e, assim, obter resultados significativos tanto navegação de pacientes quanto na redução e controle da sinistralidade. Propomos um modelo com ações que implantadas em conjunto com um sistema que traga informação baseada em dados em tempo real para assim identificar principais oportunidades e agir proativamente, trazem simplicidade na execução com sua população com foco na jornada, além da maior parte da economia potencial no custo assistencial que é perdida com desperdícios (figura abaixo). Para essas fases, é fundamental ter informações objetivas e colhidas em tempo real, gerar alta precisão na identificação, na priorização das ações e na atuação proativa e efetiva sobre pacientes, principalmente sobre aqueles que estão iniciando um episódio clínico de alto impacto, risco e custo. Vale ressaltar que é o modelo de maior impacto no controle do sinistro nos EUA. Pacientes não monitorados e considerados com custo “sob controle”, podem mudar a rota da sua jornada e passar a compor grupos de alto risco e alto custo. Na execução de uma vigilância populacional é possível notar alto engajamento do paciente e baixa resistência do médico da rede, afinal, a jornada está no início, o que permite direcionar a navegação. Desta forma, fica claro que, há oportunidades de ganhos assistenciais e financeiros com a implantação de um modelo sólido através da Vigilância Populacional com um command center à pleno vapor e funcionante com dados imputados em tempo real. Marcelle Fagundes Post publicado: 04/09/2023 – Post atualizado: 21/08/2024
